O CONQUISTADOR ESPANHOL
O empresário Enrique Bañuelos viveu uma infância miserável, tornou-se um dos 100 homens mais ricos do mundo e viu seu império desmoronar na Europa. Agora, tenta reconstruir a fortuna num dos mais pujantes mercados imobiliários do mundo - o do Brasil.
Por Marcelo Onaga | 12/11/2009 - Portal Exame
Há um ano, o setor imobiliário brasileiro estava envolto em incertezas. Depois de um período de crescimento exuberante, as empresas -- grandes e pequenas -- se viram diante de uma crise que prometia mudar a cara do mercado para pior e que parecia ter potencial para varrer do mapa companhias enfraquecidas financeiramente.
Empreendimentos eram cancelados, demissões ocorriam às centenas, bancos restringiam ao máximo a concessão de crédito. As projeções de especialistas eram sombrias. Perdida em meio aos índices e atarantada com o que acontecia no mundo, a maioria deles previa um período de seca longo e severo.
Foi nessa hora de medo que o mercado imobiliário se viu diante de um novo e enigmático personagem. O espanhol Enrique Bañuelos de Castro, investidor tão rico quanto polêmico, chegou ao Brasil no final de 2008 com o objetivo de comprar empresas e criar uma incorporadora capaz de concorrer com potências como a Cyrela, de Elie Horn, e a Gafisa, que tem entre seus acionistas o investidor americano Sam Zell.
Nascido em Sagunto, cidadezinha costeira de 60 000 habitantes localizada na região de Valência, 43 anos, cerca de 1,70 metro de altura, discurso sedutor e olhar determinado, Bañuelos desembarcou em São Paulo com uma fortuna pessoal de cerca de 2 bilhões de dólares -- e a incômoda fama de ter sido o protagonista do processo de criação e destruição de uma bolha que derrubou o mercado imobiliário espanhol em 2007
"Quando ele chegou, fiquei apreensivo, como a maioria das pessoas do setor", diz Sérgio Carettoni, sócio da paulista GAS Investimentos, que tem participações minoritárias em diversas incorporadoras brasileiras.
sábado, 14 de novembro de 2009
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