sábado, 17 de outubro de 2009

Acionistas aprovam fusão da Agra, Abyara e Klabin Segall
A nova empresa, Agre, não contará com a Veremonte, de Enrique Bañuelos, na gestão

16.10.2009 - 12h27

Uma assembléia de acionistas formalizou, nesta quinta-feira (15/10), a criação da Agre, companhia imobiliária criada pela fusão da Agra, Abyara e Klabin Segall. A empresa já nasce como uma das maiores do setor, com um valor de mercado de 2,6 bilhões de reais, patrimônio líquido de 1,8 bilhão e um banco de terrenos de 19 bilhões de reais. A assembléia também elegeu o conselho de administração da empresa, que será presidido por Luiz Roberto Horst, fundador da Agra, uma das companhias que estão sendo incorporadas.

Apesar de deter 30% da Agre, a Veremonte, empresa que representa os interesses do megainvestidor espanhol Enrique Bañuelos no Brasil, não participará da gestão. Em carta aos acionistas, Bañuelos manifestou seu apoio a Horst. Sem requisitar assentos no conselho de administração, nem indicar diretores executivos, Bañuelos transferiu o direito de voto referente às suas ações para Horst.

Os dois empresários são parceiros de negócios desde o final de 2008, quando foram apresentados pelo banco de investimentos Credit Suisse. O início da dobradinha ocorreu com a entrada de Bañuelos na antiga Agra, desembolsando 50 milhões de reais por 7% da companhia. Desde então, o investidor espanhol delegou a Horst o desenvolvimento de seus planos de investimento no Brasil. Horst conduziu a compra do controle da Abyara e da Klabin. Segall - as companhias que também serão unificadas para criar a Agre. No comunicado aos acionistas, Bañuelos afirma que espera que Horst exerça o direito de voto "de forma discricionária".
CBF quer mudar o horário de partidas do Brasileirão

Com o prestígio em alta, trânsito livre no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, cortejado por ministros, governadores e prefeitos, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira, está disposto a enfrentar uma de suas maiores aliadas nos últimos anos, a TV Globo. Em entrevista na sede da CBF, na quinta-feira, o dirigente deixou clara a intenção de antecipar para as 20 horas o início de jogos de meio de semana do Campeonato Brasileiro de 2010.

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Atualmente, em geral, partidas de maior importância começam às 21h50, nas quartas-feiras, para agradar à emissora. Teixeira vai além e propõe que eventual mudança no calendário seja analisada de forma "séria e detalhada". Ele se diz favorável à adaptação ao calendário europeu e defende o sistema de pontos corridos, desde 2003 usado no torneio nacional.

"Como presidente da CBF não posso só ficar preocupado com índice (de audiência) de TV. Tenho de ficar preocupado com o torcedor no estádio também. Não adianta fazer jogo com estádio vazio", disse Teixeira, presidente da entidade desde 1989 e que, portanto, teve 20 anos para fazer mudanças.

A relação da CBF com a emissora vive momento de crise. Ambos os lados negociam a renovação do contrato para a transmissão dos jogos da seleção e uma das hipóteses que a Agência Estado apurou é a de que a CBF faça acordos pontuais - por exemplo, um jogo por vez. A Rede Globo, por meio de sua assessoria, informou que vai seguir a decisão da CBF. A emissora também se limitou a adiantar que estudará a sugestão de adaptação do futebol local ao calendário europeu.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Caixa ampliará oferta de empréstimos em até R$ 70 bi
Jornal do Commercio, 15/out


A Caixa Econômica Federal poderá ampliar em até R$ 70 bilhões sua oferta de financiamento depois do aporte híbrido de capital e dívida de R$ 6 bilhões que o banco estatal receberá do Tesouro Nacional. A informação foi dada ontem pelo vice-presidente de Controle e Risco da Caixa, Marcos Roberto Vasconcelos.

"Mantido o nosso ritmo de crescimento, ganhamos fôlego até 2011. Estamos reforçando o capital para poder continuar crescendo nos empréstimos", disse o executivo.

Esse novo fôlego será gerado porque haverá reforço do patrimônio do banco e elevação do chamado índice de Basileia. Pelas regras de proteção do capital do Acordo de Basileia, as instituições financeiras são obrigadas a alocar recursos como uma espécie de proteção. No Brasil, o Banco Central define que, para cada R$ 100 emprestados, os bancos devem ter capital mínimo de R$ 11.

Quanto maior o capital, portanto, maior a capacidade de realizar novos créditos. No caso da Caixa, o indicador estava em trajetória de queda e atualmente girava em torno de 16%, praticamente a metade do observado em março de 2008, quando era de 29,9%. "Mantida essa tendência de crescimento das operações de crédito, o índice se aproximaria do mínimo de 11% já em 2010", diz Vasconcelos. Com os novos R$ 6 bi de capital, o indicador avança para 20%.

Vasconcelos explicou que as discussões para um apoio do governo federal, que é o acionista controlador, por meio do Tesouro, foram iniciadas há nove meses e ganharam força recentemente devido ao ritmo forte de expansão do crédito pela Caixa. "Como pretendemos manter o crescimento dos financiamentos na faixa de 40% a 60% ao ano, poderíamos ter um índice de Basiléia perto do piso entre o final de 2010 e o início de 2011", disse Vasconcelos. "É uma medida preventiva." O principal alvo da Caixa é ampliar a oferta de financiamento imobiliário, explicou o executivo.

Na terça-feira, o Banco do Brasil anunciou a emissão de bônus perpétuos de US$ 1,5 bi, o que também reforçará o patrimônio da instituição e aumentará a capacidade de emprestar em pelo menos R$ 20 bilhões em um cenário conservador.

Questionado sobre a coincidência das operações, o vice-presidente da Caixa negou que as ações tenham sido combinadas. "Foi pura coincidência. Não teve nada combinado porque não sabíamos dessa operação do BB. Imagino que o BB também não sabia da operação da Caixa", afirma.
FGTS na prestação de Consórcio

O Dia, 16/out

Saldo também poderá ser usado para quitar a modalidade de crédito habitacional após Lula ter sancionado lei aprovada pelo Congresso. Presidente anunciou ontem, ainda, que vai prorrogar o IPI reduzido de eletrodomésticos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem a sanção da lei que permite utilizar o FGTS para pagar a prestação ou quitar o consórcio de imóveis. A nova legislação só permite o saque para quem já adquiriu o imóvel. A utilização precisa ser regulamentada pelo Conselho Curador do fundo.

Em clima de campanha eleitoral, Lula também divulgou medidas que beneficiarão o consumidor que comprar um eletrodoméstico novo e os que usam gás de cozinha. Bem à vontade no canteiro de obras da transposição do Rio São Francisco, Lula disse que pretende prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos produtos da linha branca, que está prevista para acabar em 31 de outubro.

FGTS já é utilizado para dar lance no consórcio

O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) já pode ser usado como lance e para complementar o valor da carta de crédito no consórcio imobiliário para antecipar a aquisição do bem. Isso porque no sistema a contemplação só acontece por sorteio ou lance.Mas, para utilizar o recurso será preciso cumprir as regras do Conselho Curador do FGTS para saque.

Entre elas, estão não ser proprietário de imóvel e nem ter financiamento pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação). Esse modelo de aquisição da casa própria não cobra juros, apenas correção anual das parcelas e do valor da carta de crédito. O prazo de pagamento já chega a 15 anos. O sistema cobra taxa de administração, seguro e fundo de reserva - os dois últimos são pagos nas parcelas iniciais. A taxa de administração é diluída durante todo o contrato. O percentual médio é de 17% do valor da carta.

O sistema de consórcio já conta com mais de 500 mil participantes no País e tem grandes bancos como Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander e Itaú oferecendo a modalidade.
Vendas da MRV crescem 86% e empresa revê projeção anual

DCI, Cynara Escobar, 16/out

Com aumento de 85,8% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2008no volume de vendas, a MRV Engenharia, com sede em Belo Horizonte (MG e com atuação focada na baixa renda, espera fechar este ano com vendas acima de suas expectativas, devido ao programa de imóveis populares, o "Minha Casa, Minha Vida".

A construtora anunciou que prevê entregar cerca de 42 mil unidades neste ano - número que imaginava alcançar somente em 2011- e atingir 50 mil residências no próximo ano. Em nota, Rubens Menin, presidente da empresa, afirmou que este é "o melhor trimestre da nossa história", e o valor obtido de julho a setembro foi R$ 789,4 milhões.

Segundo Menin, as vendas acumuladas até o fim de setembro, conforme o comunicado, são de R$ 2,07 bilhões, mais de 66% superior a igual período de um ano atrás. "É o quarto ano seguido que vamos conseguir duplicar nossas vendas", disse o empresário, que levou sua empresa à Bolsa em meados de 2007.

Pelas projeções revisadas da construtora, a venda deste ano ficará de R$ 2,8 bilhões a R$ 3 bilhões - 20% mais do que o previsto anteriormente. O grande salto, no entanto, está previsto para 2010, quando a expectativa é de R$ 3,7 bilhões a R$ 4,3 bilhões, sendo cerca de 90% dos imóveis comercializados dentro no perfil do "Minha Casa, Minha Vida".
Empresário espanhol fica fora da gestão da nova Agre

Valor, Silvia Fregoni, 16/out

A construtora Agre, resultante da fusão de Agra, Abyara e Klabin Segall, saiu ontem oficialmente do papel. Os acionistas das três companhias, todas de capital aberto, aprovaram em assembleias a incorporação das ações e a formação da nova empresa.

Também aconteceu ontem a primeira assembleia da recém-criada Agre, durante a qual se constituiu a diretoria executiva e o conselho de administração da empresa. O megainvestidor espanhol Enrique Bañuelos, dono da Veremonte, maior acionista da Agre, com 30% do capital, ficará fora da gestão da nova companhia.

O espanhol também não votará nas decisões da Agre. Isso porque transferiu o direito de voto a Luiz Roberto Horst, eleito presidente executivo e presidente do conselho de administração da nova empresa. Apesar do grande peso no capital da Agre, Bañuelos será um "investidor passivo", segundo definiu Horst, já que não pediu assento nem na diretoria nem no conselho de administração. Em documento, Bañuelos se compromete, em caráter irrevogável, a transferir para Horst o direito de voto das ações pertencentes direta ou indiretamente a ele. "Não se trata de um acordo de representação da Veremonte, mas de autonomia de gestão", explicou Horst ao Valor.

A relação entre a Veremonte e Luiz Roberto Horst, fundador da Agra, não é de hoje. A empresa de Bañuelos escolheu o executivo como o sócio local para a condução dos negócios no Brasil. A criação da Agre acontece depois de um longo processo de renegociação das dívidas tanto da Abyara, quanto da Klabin Segall. Bañuelos chegou ao Brasil no auge da crise global, quando começou a sondar as empresas em dificuldades e apresentar o seu projeto de consolidação. Partiu para as aquisições no início deste ano - sempre tendo a Agra como parceira. Desembolsou menos de R$ 150 milhões na compra da Klabin Segall e da Abyara.

Depois do investidor espanhol, o maior acionista da nova companhia é o grupo composto pelos fundadores da Agra. Com 15% do capital da Agre, o grupo tem como integrantes Horst, Ricardo Setton, Astério Vaz Safatle e Fernando Bruno Albuquerque, que formarão o conselho de administração da nova empresa, ao lado dos conselheiros independentes Bento de Camargo Barros Neto e Maílson da Nóbrega. A maior parte das ações está no mercado.

Não haverá um acordo de acionistas entre a Veremonte e o grupo originado da Agra. O único documento existente é o de Bañuelos abrindo mão da gestão e transferindo o direito de voto.

"Como a posição de Enrique Bañuelos é de investidor, ele não pretende ficar preso à empresa por meio de acordo de acionistas, pois quer ter liberdade para vender e comprar ações", destaca Setton. O espanhol tem investimentos em vários países do mundo e "deseja ficar menos de uma semana por mês no Brasil", segundo Setton.

A Agre nasce como uma das maiores empresas do setor de construção brasileiro. O valor de mercado é de R$ 2,5 bilhões, não muito distante das concorrentes Rossi Residencial (R$ 3,6 bilhões) e Gafisa (capitalização de R$ 3,9 bilhões). A Cyrela é a maior disparado, com R$ 10,1 bilhões.

O patrimônio líquido da nova empresa é de R$ 1,8 bilhão, acima de Rossi (R$ 1,3 bilhão) e Gafisa (R$ 1,7 bilhão). A Cyrela tem patrimônio de R$ 2,4 bilhões. Mas o resultado líquido ainda reflete uma empresa que enfrentou dificuldades financeiras. Os dados levam em consideração os números do segundo trimestre do ano.

O banco de terrenos é de R$ 19 bilhões, de acordo com Horst. A dívida bruta está em R$ 1,2 bilhão e a líquida, em R$ 550 milhões, o que significa que a empresa tem em caixa R$ 650 milhões. "Nossa situação financeira é suficiente para os planos de expansão no próximo ano", afirma o presidente.

E os projetos são otimistas. A Agre pretende lançar entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,7 bilhões em empreendimentos em 2010. Os lançamentos deste ano devem ficar entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,4 bilhão, originados basicamente de Agra, já que Abyara e Klabin Segall estavam envolvidas na solução dos problemas financeiros. "Apenas no ano que vem as operações de Abyara e Klabin devem começar a contribuir para os resultados da Agre", diz Setton. O potencial da empresa é maior, dado que, em 2008, antes do agravamento da crise mundial, as três empresas juntas lançaram R$ 3,1 bilhões.

Os próximos meses da Agre serão destinados à integração das operações das três empresas. "Até o fim do ano queremos ver tudo integrado", ressaltou Setton.

Na união das operações, provavelmente as marcas vão desaparecer. "O martelo ainda não está batido, mas é bem provável que fiquem apenas as marcas Agre e ASA, esta última voltada ao segmento econômico", afirmou. Dos lançamentos planejados para 2010, entre 20% e 25% deverão ser do segmento econômico. Há uma consultoria cuidando da questão das marcas, cujos trabalhos ainda não foram finalizados.