sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Caixa ampliará oferta de empréstimos em até R$ 70 bi
Jornal do Commercio, 15/out


A Caixa Econômica Federal poderá ampliar em até R$ 70 bilhões sua oferta de financiamento depois do aporte híbrido de capital e dívida de R$ 6 bilhões que o banco estatal receberá do Tesouro Nacional. A informação foi dada ontem pelo vice-presidente de Controle e Risco da Caixa, Marcos Roberto Vasconcelos.

"Mantido o nosso ritmo de crescimento, ganhamos fôlego até 2011. Estamos reforçando o capital para poder continuar crescendo nos empréstimos", disse o executivo.

Esse novo fôlego será gerado porque haverá reforço do patrimônio do banco e elevação do chamado índice de Basileia. Pelas regras de proteção do capital do Acordo de Basileia, as instituições financeiras são obrigadas a alocar recursos como uma espécie de proteção. No Brasil, o Banco Central define que, para cada R$ 100 emprestados, os bancos devem ter capital mínimo de R$ 11.

Quanto maior o capital, portanto, maior a capacidade de realizar novos créditos. No caso da Caixa, o indicador estava em trajetória de queda e atualmente girava em torno de 16%, praticamente a metade do observado em março de 2008, quando era de 29,9%. "Mantida essa tendência de crescimento das operações de crédito, o índice se aproximaria do mínimo de 11% já em 2010", diz Vasconcelos. Com os novos R$ 6 bi de capital, o indicador avança para 20%.

Vasconcelos explicou que as discussões para um apoio do governo federal, que é o acionista controlador, por meio do Tesouro, foram iniciadas há nove meses e ganharam força recentemente devido ao ritmo forte de expansão do crédito pela Caixa. "Como pretendemos manter o crescimento dos financiamentos na faixa de 40% a 60% ao ano, poderíamos ter um índice de Basiléia perto do piso entre o final de 2010 e o início de 2011", disse Vasconcelos. "É uma medida preventiva." O principal alvo da Caixa é ampliar a oferta de financiamento imobiliário, explicou o executivo.

Na terça-feira, o Banco do Brasil anunciou a emissão de bônus perpétuos de US$ 1,5 bi, o que também reforçará o patrimônio da instituição e aumentará a capacidade de emprestar em pelo menos R$ 20 bilhões em um cenário conservador.

Questionado sobre a coincidência das operações, o vice-presidente da Caixa negou que as ações tenham sido combinadas. "Foi pura coincidência. Não teve nada combinado porque não sabíamos dessa operação do BB. Imagino que o BB também não sabia da operação da Caixa", afirma.

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