segunda-feira, 28 de setembro de 2009

De carona no discurso alheio

O Globo, Tatiana Farah, 25/set

No melhor estilo "quem faz mais", a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se encontraram na inauguração de uma feira de imóveis e condomínios ontem em São Paulo, promovida pelo Secovi, o Sindicato da Habitação, e desdobraram-se para contar feitos dos governos estadual e federal na área de moradia popular. Os dois são pré-candidatos à Presidência da República.

Dilma disse que o governo Lula destinou R$ 38 bilhões este ano à habitação. E tomou emprestado o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama:

- O Brasil pode erguer a cabeça e dizer: Sim, é possível. Sim, nós fizemos - afirmou Dilma, numa referência ao mote de Obama: "Sim, nós podemos".

Em outro momento, ao falar com os empresários que, por ser brasileira, ela não se "conformaria" com os mesmos R$ 38 bilhões, Dilma lembrou da propaganda de Lula: - Aquela propaganda que diz "o brasileiro não desiste nunca" tem de ser completada. O brasileiro não se conforma nunca.

Serra parodiou Lula, usando expressões como "nunca se fez tanto em São Paulo pela habitação" para promover o seu governo diante dos empresários. Apesar dos discursos de disputa, o clima entre eles era de cordialidade. Dilma e Serra se cumprimentaram com dois beijinhos no rosto e caminharam pela feira. O governador tucano interrompeu uma coletiva não programada para que a ministra desse sua entrevista, e aguardou que ela terminasse para voltar a conversar com os repórteres.

O governador destacou as parcerias do estado com o governo federal na construção de moradias populares. Mas afirmou: - Mas isso sempre foi uma marca da política habitacional de São Paulo.

Para Serra, o "pior da crise já chegou":

- A tendência agora é melhorar. Quanto vai melhorar, é incerto. Como sou economista, não faço previsões. Mas, sem dúvida, o pior já passou - disse Serra.

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