quinta-feira, 14 de maio de 2009

DIs testam novas mínimas seguindo alterações na poupança

Valor Online - Eduardo Campos - 13/05/2009 16:23

SÃO PAULO - As alterações propostas para a caderneta de poupança e fundos de investimento levaram os contratos de juros futuros a testar novas mínimas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F).

Segundo o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, com as medidas anunciadas hoje, o Banco Central tem o caminho aberto para dar continuidade no processo de afrouxamento monetário. Mas não é só isso que determinará o rumo da Selic.

Rosa destaca que a condução da política monetária continua sendo baseada no comportamento da inflação e na evolução da economia. "E, por ora, sabemos que tem espaço para novas reduções."

No encerramento do pregão, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010, o mais líquido, recuava 0,04 ponto percentual, para 9,39%. O vencimento para janeiro de 2011 perdeu 0,09 ponto, para 9,97%, e janeiro 2012 apontava 10,94%, baixa de 0,11 ponto.

Na ponta curta, contrato para junho de 2009 destoou e subiu 0,01 ponto, para 10,13%. Julho de 2009 cedeu 0,02 ponto, a 9,88%, e agosto de 2009 devolveu 0,04 ponto, marcando 9,69%.

Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 494.670 contratos, equivalentes a R$ 43,99 bilhões (US$ 21,30 bilhões), 25% a mais que o registrado ontem. O vencimento para janeiro de 2010 foi o mais negociado, com 130.150 contratos, equivalentes a R$ 12,28 bilhões (US$ 5,94 bilhões).

Como destacou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, poderia ocorrer "um aperto de crédito", se houvesse uma migração de grandes investimentos para a caderneta de poupança.

Com a Selic recuando, a rentabilidade da poupança ficaria mais atraente que a oferecida pelos fundos, criando distorções no mercado de crédito e falta de interesse na compra de títulos públicos atrelados à taxa de juros.

O governo atacou o problema atacando por duas frentes. Na poupança, depósitos superiores a R$ 50 mil serão taxados a partir do ano que vem. O regime é complexo, envolvendo o nível da Selic, um redutor e a tabela progressiva de Imposto de Renda (IR). De forma mais simplificada, o mecanismo funcionará assim: quanto menor a Selic, mais alto o imposto pago sobre rendimento da poupança.

Como as alterações na poupança só podem ser efetivadas ano que vem, o governo também mudará o regime de tributação dos fundos ainda em 2009. A mudança no IR deve vir por Medida Provisória. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ideia é criar "uma taxa de desconto" no IR a ser fixada pelo governo, no caso de continuidade da queda de juros.

As regras do governo garantem que o retorno do investimento em renda fixa será mais atraente que a poupança com a Selic até 7,25% ao ano. Caso o juro básico vá abaixo de 7,25%, o risco de migração de investimentos para as cadernetas voltaria, mas tanto Meirelles, quanto Mantega, consideram esse cenário pouco provável nos próximos anos.

Na gestão da dívida pública, o Tesouro realizou a segunda etapa do leilão de Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B), que aconteceu via transferência de títulos. Também estava planejado o resgate antecipado de NTN-Bs, mas não houve interesse do mercado.

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