domingo, 17 de maio de 2009

Perdigão pretende obter capital de giro com o BNDES

15 de Maio de 2009 | 17:05

A Perdigão pretende obter um financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para capital de giro. Em abril, o governo federal anunciou o lançamento de um pacote de ajuda à agroindústria, com a criação de uma linha de crédito de R$ 10 bilhões para o setor melhorar seu capital de giro.

"A companhia pretende usar esta linha", disse o presidente da Perdigão, José Antônio Fay, em teleconferência com analistas. Segundo ele, a Perdigão está trabalhando para captar estes recursos. A companhia não fez nenhum comentário sobre a negociação para incorporar a Sadia. O presidente José Antônio Fay reiterou apenas o comunicado divulgado no último dia 12, segundo o qual nenhum acordo foi fechado até o momento.

O diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Leonardo Saboya, disse que a alavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda - lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações) da companhia não está em um nível "desejável ou adequado". Sua dívida líquida era de R$ 3,6 bilhões no final do trimestre, ante Ebitda anual de R$ 1,159 bilhão no ano passado, o que representa uma alavancagem de 3,1 vezes. No primeiro trimestre deste ano, o Ebitda da Perdigão foi de R$ 117,8 milhões. Mesmo assim, ele acredita que o aumento da dívida foi "suave" quando se leva em conta o cenário de crise mundial. No final de 2008, a dívida líquida era de R$ 3,4 bilhões; no primeiro trimestre do ano passado, a dívida era de R$ 2,3 bilhões.

Corte de produção e exportações
A maior parte dos ajustes de produção necessários para adequar a oferta da Perdigão à demanda mais fraca já foi realizada no primeiro trimestre, segundo José Antônio Fay. No período, a empresa teve de quebrar ovos para reduzir a oferta de aves e conceder férias coletivas em suas unidades. De acordo com o executivo, os custos extras causados pelos ajustes de produção somaram cerca de R$ 80 milhões no trimestre.

Nos próximos meses, o corte ficará restrito ao segmento de perus, que tem o ciclo de vida mais longo e ainda não teve os ajustes necessários, conforme o presidente da companhia. Depois de um primeiro trimestre difícil no mercado externo, com quedas nos preços médios, a Perdigão prevê uma retomada das exportações no segundo semestre.

Segundo o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Leonardo Saboya, os preços e volumes começaram a reagir em fevereiro e março. "Não é uma retomada linear em todos os mercados, mas o fundo do poço já foi atingido", disse, na teleconferência com analistas.

A região mais problemática para a Perdigão atualmente é a Europa, especialmente no segmento de perus. No Oriente Médio, no Japão, Hong Kong e Cingapura a companhia está registrando recuperação. Na Eurásia, a demanda por carne suína deve ser normalizada em três meses, segundo Saboya. Ele ressaltou que a doença influenza A, conhecida como gripe suína, teve um efeito "praticamente neutro" nas exportações da empresa até o momento.

Goiás
As operações da Perdigão na unidade de Rio Verde, em Goiás, atingida em março deste ano por um incêndio de grandes proporções, deve ter sua produção normalizada até junho, segundo o presidente da empresa. Fay informou que a companhia transferiu parte da produção de Rio Verde para fábricas na Região Sul. Os danos materiais registrados no incêndio serão cobertos por seguro, segundo o executivo.

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