segunda-feira, 23 de março de 2009

“EPOPEIA DE BRAVOS” – OSVALDO RUBIN

in “A Epopéia do Combate à Febre Aftosa em Santa Catarina” – Edeme – 2007
SOMEVESC – Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária

OSVALDO RUBIN é médico veterinário desde 1970. Começou seu trabalho profissional em 1971, como médico veterinário local no Serviço de Defesa Sanitária da SAR. Envolveu-se, particularmente, na CAFASC, nos municípios de São José, Palhoça, Biguaçu e Florianópolis.

Dois anos depois passou a supervisor de dezoito municípios da Grande Florianópolis. Mais tarde, já na CIDASC, foi administrador dos projetos de brucelose, tuberculose, doenças parasitárias, tóxicas e carenciais. Ocupou interinamente o cargo de coordenador estadual de Defesa Sanitária Animal. Foi Diretor na ACARPESC. Daí retornou para a CIDASC e, desta, foi colocado à disposição da SAR, onde foi Diretor Estadual de Defesa Sanitária Animal. Nesta função, dedicou-se à elaboração da legislação sanitária animal.

Atualmente, trabalha no Fundo Estadual de Sanidade Animal, órgão que ajudou a criar e que tem por finalidade indenizar os produtores cujos animais, por motivo de doença, devam ser abatidos.

Na vida particular, a partir de 2002, de brincadeira, começou a fazer rimas e não mais parou. Tem, hoje, um acervo de mais de dois mil versos, entre os quais os que fazem parte deste livro.


EPOPEIA DE BRAVOS

O que foi feito até agora
Nesse livro vai ser escrito
Pois foi um trabalho heróico
E nisso eu sempre insisto.
Meus colegas veterinários,
Essa epopéia eu registro.

Lutamos nessa epopéia
Para cumprir nosso dever
Mas muitas vezes lutamos
Também para sobreviver,
Pois não foi tarefa fácil
Fazer o produtor entender.

Saúdo meus nobres colegas
Pelo grande esforço realizado.
Nosso trabalho foi reconhecido
E ultrapassou o estado.
Peço perdão aos produtores
Por algum excesso registrado.

Levamos muita bordoada
Para realizar nosso trabalho
Mas nosso objetivo era claro
Para não executar ato falho.
Foi por isso que vencemos
Sem utilizar nenhum atalho.

Hoje o estado está livre
E muito produto é exportado.
Essa foi nossa mensagem
Para ter o gado vacinado.
Muita gente não acreditava
Torcendo para sair tudo errado.

Hoje estas mesmas pessoas
Aproveitam-se da situação.
Falar sobre febre aftosa
É motivo de promoção.
Mas isso é o que acontece
Com oportunistas de plantão.

Um comentário:

  1. Roberto Costa!
    Foi realmente uma epopéia, pois acompanhei desde os 5 anos quando soube o que meu pai fazia por ser veterinário. Conforme ele conta foi realmente um trabalho muito árduo, tendo em vista que os produtores não aceitavam a vacinação seja por rebeldia ou por desconhecimento dos benefícios que ela traria. Hoje os importadores de carne vem a SC comprar os produtos de origem animal, como resultado do trabalho de combate a febre aftosa que nele foi realizado.
    Nosso estado foi o pioneiro, e hoje é uma referência nacional e mundial neste assunto!
    Um orgulho muito grande para todos nós!

    Saudações: Carolina Rubin

    Recomendo A RESISTÊNCIA DE CADA ETNIA pág 69


    OS AÇORIANOS:

    O açoriano era boa gente/ Mas teve pouco colégio./Furar a pele do animal/Para ele era sacrilégio./Não vacinar os bovinos/Esse era o melhor remédio./“Não vacina não, meu querido!.../Isso ainda vai fazer mal./Depox vocex não vão querer/Tratar ox meux animal/E depox ox perjuízo, não tem/Quem vai pagar afinal?”

    OS ITALIANOS:

    O italiano aceitava faceiro/ Mas não gostava de pagar/ Por isso sempre foi difícil/ Seus animais vacinar/ Pois no acerto contábil/ As contas não iam fechar./ “Ma que bela máquina/ Que cosa fará quel’omo/ Con tanti soldi de vacina?/ Sará vero o vá comprar um pomo?/ Ma io non volevo pagare,/ Questa vacina é del popolo.”


    OS ALEMÃES:

    O alemão, além de teimoso,/ Era um pouco revoltado./Nunca aceitou vacinar
    Por se sentir obrigado/E também que o pagamento/Deveria ser coisa do Estado./“Eu non querrer facinarr o faca/ Vocês fodem irr emborra/ Aqui ninquém fai deixarr/ Fom correnda parra forra/ Antes que a meo Frida fique/ Prabo que nem cachorrra.” (Osvaldo Rubin)

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