sexta-feira, 6 de março de 2009

Plano de habitação do governo. Alexandre Garcia comenta.
Em negociação há quatro meses, os técnicos da área econômica não descobriram da onde tirar os bilhões de reais previstos para o projeto.

06.03.09 - Bom Dia, Brasil

O governo está tendo dificuldade para tirar do papel um pacote de habitação. Em negociação há quatro meses, os técnicos da área econômica não descobriram de onde tirar os bilhões de reais previstos para o projeto. A arrecadação do governo está em queda. Os governadores não querem abrir mão de impostos. O cenário não é favorável.

Está difícil de sair esse pacote. Até agora o pacote habitacional tem gasto mais saliva e papel que areia, cimento e brita. A ideia foi lançada há quatro meses e há dúvidas sobre chegar à meta de um milhão de residências até o fim do eleitoral ano que vem.

A construção civil gostaria muito ante a preocupação de, na crise, as pessoas estarem imaginando que amanhã o preço pode estar menor. Mas a Receita Federal não gostaria, porque o plano seria alimentado por subsídios e desonerações fiscais. Isso desagrada também governadores e prefeitos, que ficam com parte dos impostos federais.

É bom lembrar que estamos em época de arrecadação já encolhendo, e também em época em que o desemprego pode atingir mutuários da habitação e aumentar a inadimplência. Além disso, o arcabouço jurídico, por enquanto, não garante que prestações baixas não sejam executadas cobrando juros sobre juros.

Como se vê, muita saliva e papel ainda precisam ser gastos antes que a areia, o cimento, a brita e o aço entrem no canteiro de obras, para preencher o déficit de quase oito milhões de moradias.

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