terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

José Sarney
Incrível. Fantástico. Extraordinário. E ninguém melhor descreve o tudo e o todo quanto o Sarney Watcher oficial do Brasil, Marcelo Tas:

Ele está no poder há exatos 54 anos. Deu ao Brasil a maior taxa de inflação do mundo. Voraz como uma cobra caninana, repartiu com a escória política verde-amarela o maior lote de canais de rádio e TV da história. Matreiramente, montou um império de comunicação no Maranhão, onde atingiu status de semi-deus imortal (lá, até sua tumba já foi construída com dinheiro público!). Com a morte de Tancredo, chegou à Presidência da República. Depois, diante de queda moral vertiginosa, teve a cara-de-pau de criar domicílio falso no Amapá para poder continuar aboletado no carguinho de senador em Brasília.

O Brasil anda, muda, se transforma, enriquece, se corrige, o mundo nem o reconhece. Brasília, no entanto, continua no mesmo lugar.

Atualização importante – Li nos comentários que quem colocou Sarney na presidência do Senado foi o presidente Lula. É talvez verdade, mas esta é uma leitura superficial. Se o presidente fosse FHC, o resultado não ia ser diferente. O Brasil é uma democracia e voto tem conseqüência. Sarney é presidente do Senado porque ele é importante dentro do equilíbrio de forças do PMDB. O PMDB tem a presidência do Senado porque demonstrou ter um estupendo apoio popular após as últimas eleições municipais. Os cariocas que votaram em Eduardo Paes puseram Sarney no comando do Senado. Quem votou em José Fogaça em Porto Alegre ou em João Henrique em Salvador, elegeu Sarney. Mesmo quem votou em Gilberto Kassab, cujo vice é do PMDB de São Paulo, teve lá seu quinhão de responsabilidade por fortalecer o PMDB em 2008. Sarney é, certamente, o ícone do atraso político no Brasil. Mas voto tem conseqüência. Quem vota no PMDB alimenta a máquina PMDB e é a máquina PMDB que mantem o poder de José Sarney no Brasil.

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