terça-feira, 28 de abril de 2009

Cadastro positivo: sinais de fumaça

Por Guilherme Fogaça | 17/04/2009 - 17:09

Cinco bancos de médio porte fecharam neste ano um acordo para compartilhar o histórico de crédito de seus clientes pessoas físicas. É uma espécie de embrião do que pode ser o tão falado cadastro positivo, um banco de dados que reúne informações de pagamento dos consumidores -- e está há muitos, muitos anos na lista de projetos para serem aprovados no Congresso. O acordo foi intermediado pela Equifax, empresa que realiza análise de crédito. "É uma mostra de que os bancos estão interessados nesse tipo de serviço", disse hoje, no almoço, Marcelo Kekligian, presidente da Equifax.

Alguns bancos resistiam -- e alguns ainda resistem -- à ideia do cadastro positivo. De forma geral, acham que ganham pouco e perdem muito ao compartilhar as informações que têm sobre os clientes -- outras instituições poderiam usar isso para "roubar" seus correntistas. A crise, porém, tem contribuído para mudar um pouco essa percepção. Desde 2008, a Equifax vem dando palestras para bancos sobre como eles podem usar as informações do cadastro positivo para beneficiar seus negócios. "Num ambiente de incerteza, esse tipo de dado torna-se mais importante", diz Kekligian.

Tudo isso pode ser um sinal de que o cadastro positivo vai, finalmente, sair do papel? Para Kekligian, sim. Ele acredita que o projeto tem tudo para ser aprovado no terceiro trimestre deste ano. Falta um ou outro ajuste na proposta, mas de forma geral o texto está bem encaminhado, diz ele. Será? Quem já viu esse projeto entrar e sair da pauta do Congresso inúmeras vezes nos últimos anos tem motivos para ser cético. Mas quem sabe a crise não dá uma mão?

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