quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um juiz destemperado

Por Maurício Lima | 23/04/2009 - 10:37

O ministro Joaquim Barbosa entrou para a história como o primeiro juiz negro a ocupar um assento no Supremo Tribunal Federal. Arrisca-se também a se tornar o mais destemperado entre todos que ali pisaram. Com o bate-boca de ontem, em que destratou seu colega de plenário, Gilmar Mendes, já são cinco os desentendimentos públicos de Barbosa. Ele já havia discutido antes com os ministros Maurício Corrêa, já aposentado, Eros Grau, Marco Aurélio de Mello, e com o próprio Gilmar Mendes.

Divergir numa corte, evidentemente, faz parte do jogo. O problema tem sido a falta de auto-controle de Barbosa em repetidas e diferentes oportunidades. Frases como "O senhor não está falando com seus capangas de Mato Grosso" não cabem num espaço destinado a discutir leis e processos. Imagina se cena semelhante poderia ocorrer no prédio da Suprema Corte americana?

Entre as qualidades necessárias para se tornar um juiz, ao menos um bom magistrado, está justamente a capacidade de analisar os fatos friamente, sem se deixar levar pela impulsividade. Pode-se estar apaixonado pela causa e pelos argumentos, mas divergência jurídica não pode ser desculpa para grosserias. Agindo desta maneira, Barbosa dá razão aos que não queriam sua indicação porque, certa vez, bateu em sua ex-mulher, fato registrado com boletim policial e tudo.

Um juiz destemperado é como um cirugião com mal de Parkinson. Se você é o paciente, é melhor procurar outro médico. No caso, não há solução. Barbosa só sairá do STF em 2025, quando então completará 70 anos.

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