quarta-feira, 22 de julho de 2009

Caixa se antecipa a Copom e reduz taxas

Jornal do Commercio, 22/jul

A Caixa Econômica Federal decidiu se antecipar à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para hoje, e anunciou ontem a redução de juros de 13 linhas de crédito para pessoas físicas e empresas. As novas taxas, que começam a vigorar a partir da segunda-feira, valerão independentemente da decisão que o Banco Central (BC) divulgará no início da noite sobre a taxa básica de juros Selic. Essa foi a sétima queda anunciada pelo banco em 2009. Seguindo orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Caixa cortou os juros dos principais empréstimos oferecidos pela instituição. O corte atingiu os cartões de crédito, modalidade que não havia sido diretamente beneficiada pelas quedas anteriores decididas na instituição. "A redução é parte da estratégia da Caixa de praticar as menores taxas do mercado, o que tem mantido o banco no topo da lista das instituições com os menores juros entre os grandes agentes financeiros", divulgou o banco.

Para a Caixa, as reduções são encaradas como forma de manter a liderança no ranking dos bancos que têm as menores taxas e, ao mesmo tempo, colaboram com a estratégia de ganhar mercado, principalmente entre as pequenas e médias empresas. Entre as operações destinadas às pessoas físicas, o juro máximo cobrado no crédito pessoal caiu de 4,91% para 4,04% ao mês. No empréstimo com desconto em folha de pagamento, o consignado, a taxa máxima caiu de 2,31% para 2,28% mensais. No cheque especial, a taxa máxima mensal passou de 6,79% para 6,75% e a mínima, de 1,20% para 1,15% ao mês. Nos cartões, o crédito rotativo mais caro - cobrado no cartão nacional - caiu de 3,3% para 2,8%. No crédito rotativo dos cartões, o juro será cobrado a partir de 1º de agosto.

"Uma das diretrizes mais importantes do banco é cobrar as menores taxas entre os grandes bancos de varejo. Dessa forma, fortalecemos nosso posicionamento estratégico, conquistando novos clientes, e ajudamos aumentar a competição no mercado bancário, demanda de toda a sociedade", afirmou o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza. Bancos públicos como a Caixa foram convocados pelo presidente da República a aumentar a oferta de crédito como forma de amenizar os efeitos da crise sobre a economia. Na terça-feira, Lula exaltou o fato de que nos últimos meses as instituições públicas se tornaram mais agressivas e ganharam mercado. Hoje, Caixa e Banco do Brasil já têm quase 40% de todo o mercado de crédito. "E podem ter muito mais se na medida em que a economia brasileira for crescendo", sugeriu o presidente na ocasião.

Juros. Para Lula, existem margens de manobra, graças à situação da economia, para novas reduções na taxa de juros. Questionado se achava que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), poderá manter o processo de redução dos juros nos próximos meses, o presidente respondeu: "A política econômica feita pelo governo brasileiro está permitindo que tenhamos uma margem de manobra. Se será um ponto, meio ponto, 0,75 ponto, as pessoas que estão com as tabelas é que vão decidir". Lula disse que, se pudesse, não pediria, mas determinaria a queda dos juros. "Se tivesse de pedir, eu não pediria, eu determinava. Eu não determinei, porque temos uma cultura que está dando certo: embora não haja um lei que garanta autonomia ao BC, a relação entre nós permite que haja uma certa autonomia", declarou. O presidente disse que não dá opinião sobre a taxa de juros. "Eu apenas festejo ou lamento quando sai o resultado (da reunião do Copom)", disse.

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