quarta-feira, 15 de julho de 2009

Klabin pronto para mudar

Jornal do Commercio, 15/jul

O grupo imobiliário Klabin Segall anunciou ontem que chegou a um acordo com credores para revisão dos termos e condições de pagamento de suas debêntures, que era um dos passos necessários para a conclusão da mudança do seu controle para a holding Veremonte - do empresário espanhol Enrique Bañuelos - e para a Agra Empreendimentos Imobiliários. Com isso, a empresa espera concluir as negociações para trocar de mãos até 30 de julho, data em que a operação será votada em assembleia de acionistas. Esta mudança foi anunciada no fim de abril, quando Veremonte e Agra passaram a deter 58% da companhia.

A Klabin Segall, por sua vez, vai incorporar a Pirineus, empresa da qual a Veremonte possui 64,9% e a Agra, 35,1%. Com a incorporação, os acionistas da Klabin Segall terão sua participação diluída na nova companhia, formada pela empresa e pela Pirineus. A participação dos antigos controladores, que era de 38%, cairá para cerca de 16%. Quando o negócio foi anunciado, o preço por ação da Klabin Segall foi definido em R$ 1,83. Na ocasião, estava previsto acordo de retenção dos três principais executivos da companhia - Sergio Segall, Oscar Segall e Antonio Setin até 2014.

Houve mudança nesse acordo de retenção e no formato de remuneração desses executivos, que vão alienar em condições de mercado os 16% que possuirão da nova companhia, mas por preço não inferior a R$ 3,26. Esse valor, acima do preço de R$ 1,83, deve-se à prestação de consultoria que será feita pelos executivos, segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Klabin Segall, Carlos Eduardo Malagoni. Questionado sobre se a mudança na decisão de reter os executivos foi decorrente de conflitos na gestão da empresa, Malagoni respondeu: "já imaginou quatro caciques na companhia?". Mas disse que divergências de opinião são saudáveis.

O diretor de Relações com Investidores acrescentou que os três principais executivos da Klabin Segall não vão se afastar da companhia imediatamente. "A rede de relacionamento deles nas três esferas do governo é muito valiosa para Bañuelos. Ele tem um importante programa para São Paulo e quer contar com o apoio do Serra, que é amigo do Sergio", disse o diretor de Relações com Investidores. A marca Klabin Segall será mantida até pelo menos o fim do ano que vem. Em agosto, deverão ser divulgadas perspectivas de retomada dos lançamentos da Klabin Segall até 2010 - em 2009, a companhia ainda não lançou produtos -, e de atuação geográfica.

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