sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Fundo Paladin compra incorporadora

Fundo Paladin, dos EUA, vai dividir controle da InPar
23 de Dezembro de 2008 09:12

O fundo americano Paladin, especializado no mercado imobiliário, entrou no controle da incorporadora InPar. Sem muitas alternativas para capitalizar o negócio, a companhia fará uma emissão de 102.857.143 novas ações ordinárias, ao preço de R$ 1,75, dez vezes inferior ao valor negociado na estréia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em junho do ano passado, e R$ 0,10 acima da cotação de fechamento de ontem. A operação vai render R$ 180 milhões à empresa, o que dará fôlego para a incorporadora tocar a operação no curto prazo.

O fundo pode ter até 52% da InPar caso os outros acionistas não exerçam o direito de preferência na compra de ações. Se o direito for exercido, a participação mínima do fundo será de 27,3%, o que ainda o manterá à frente da família Parizotto, fundadora da companhia. Embora com uma participação menor, os Parizotto dividirão o controle com o fundo Paladin.

“A posição de maioria no controle vai se refletir tanto no conselho de administração quanto na gestão." Os cargos que os indicados do Paladin vão ocupar serão definidos nos próximos dias. Possivelmente, assumiremos a presidência”, diz o representante do Paladin no Brasil, Álvaro Simões. Se for essa a decisão, o atual presidente da companhia, Cesar Parizotto, continuará na gestão, segundo Simões. No começo do ano, banqueiros já teriam sugerido aos controladores a contratação de um profissional independente para comandar o negócio.

A InPar era uma das maiores pechinchas do setor imobiliário. Está avaliada em cerca de 20% do seu patrimônio. Em um ano, suas ações caíram mais de 90%. A busca por um novo sócio começou em junho, antes mesmo do agravamento da crise global. Durante o processo, mais de 40 fundos foram visitados. Até a semana passada, a InPar negociava com 10 deles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um comentário:

  1. Inpar vende mais R$ 105 milhões em ativos
    Por Graziella Valenti, de São Paulo
    30/12/2008

    A Inpar conclui o processo de venda de ativos fora do seu foco de atuação, programado no começo do segundo semestre para acontecer ainda em 2008. A companhia anunciou ontem a alienação de três empreendimentos comerciais, iniciativa que levará mais R$ 105 milhões ao caixa.

    A notícia chega uma semana depois de a Inpar ter comunicado um aumento de capital de R$ 180 milhões, com a entrada de um novo sócio e possível controlador, o fundo de participações americano Paladin Prime Residential.


    No total, a venda de ativos e as parcerias de projetos renderam à companhia mais de R$ 200 milhões. Somados à capitalização do novo sócio, são R$ 380 milhões em dinheiro. Desse valor, R$ 160 milhões ingressaram no caixa da empresa até o fim de dezembro, sendo que pequena fatia já constava do balanço de setembro.


    Em 2009, ingressarão os R$ 220 milhões finais. Os recursos são das operações já anunciadas: R$ 180 milhões do novo sócio e os R$ 40 milhões restantes da venda de ativos. Por fim, há negociações de parcerias no banco de terrenos, que podem render mais R$ 100 milhões ao negócio. No entanto, não há prazo para a entrada desse dinheiro, que depende da conclusão das conversas em andamento.


    Apesar de anunciada na semana passada, a capitalização do Paladin só se concretizará no primeiro trimestre de 2009. A operação tem que ser submetida a uma assembléia de acionistas, que precisa ser convocada com 15 dias de antecedência, e cumprir o período de preferência dos acionistas minoritários de 30 dias - os controladores abriram mão do direito em benefício do fundo estrangeiro.


    Dos R$ 105 milhões obtidos pela Inpar divulgados ontem, R$ 57 milhões vêm da venda para um fundo de pensão local do edifício Prime Medical Center, no bairro paulista do Itaim Bibi, que tem conclusão prevista para junho de 2009. O laboratório Fleury deve ocupar 35% do edifício. Além desse, foram vendidos dois edifícios comerciais no bairro do Morumbi: o prédio em que funciona a sede da Cargill no Brasil, por R$ 30 milhões (fatia da Inpar), e o edifício Itapaiuna, por R$ 18 milhões.


    A Inpar deu início ao processo de venda de ativos em função do agravamento de sua situação de liquidez e também pelo cenário de restrição global de crédito. Em setembro, a companhia tinha uma dívida total de R$ 315 milhões e R$ 47,7 milhões em caixa.


    Após o ajuste na carteira de empreendimentos, a empresa focará esforços no segmento econômico e na marca de baixa renda Viver. O ritmo de lançamentos para 2009 será mais conservador, segundo comunicado de ontem. A Inpar ainda não divulgou as projeções atualizadas. A entrada do novo sócio deve levar à revisão das perspectivas. A Inpar diz apenas que focará em empreendimentos de "alta liquidez e que não gerem exposição de caixa no curto prazo".


    A necessidade de recursos da Inpar - que já levou a outros ajustes, como corte de 20% no quadro de funcionários, desistência do lançamento de dois empreendimentos cujas vendas já tinham começado e adiamento de projetos já lançados - pode culminar na perda do controle da Inpar pela família Parizotto. O Paladin pode ficar com até 52% da empresa, caso os minoritários não comprem as novas ações na proporção da fatia detida atualmente. No mínimo, o fundo terá 27,3% da empresa.

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