terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Santander decide bancar parte de perdas de clientes com Madoff
Valor Online
27/01/2009 20:12

SÃO PAULO - O banco espanhol Santander anunciou hoje que encontrou uma "solução" para as perdas apuradas por seus clientes de private banking com investimentos no fundo Optimal Strategic US Equity, que foi afetado pela liquidação da empresa de Bernard Madoff, acusado de ter montado um esquema fraudulento de pirâmide financeira que teria causado prejuízos de US$ 50 bilhões pelo mundo.

O banco pretende reembolsar o principal aplicado por seus clientes de private banking, no montante equivalente a 1,38 bilhão de euros. Em dezembro, o banco havia dito que a exposição total, incluindo rendimentos e as aplicações de investidores institucionais, seria estimada em 2,33 bilhões de euros.

O reembolso será feito por uma troca de ativos. Os investidores substituirão as cotas que possuem no Optimal Strategic por ações preferenciais que serão emitidas pelo Grupo Santander. Esses papéis pagarão rendimento de 2% ao ano e terão uma opção de compra, a ser exercida pelo banco, no décimo ano.

De acordo com a instituição, essa decisão deve gerar um impacto negativo de 500 milhões de euros para o resultado do Santander, valor que já foi provisionado no balanço do quarto trimestre de 2008.

A proposta de assunção de parte das perdas foi anunciada no mesmo dia em que se teve conhecimento de que alguns clientes entraram com ações judiciais coletivas contra o banco espanhol, alegando falta de diligência na supervisão dos investimentos. As ações foram registradas em um tribunal do estado norte-americano da Flórida pelos escritórios de advocacia Cremades & Calvo-Sotelo e Labaton Sucharow.

Apesar de se dispor a devolver o principal aplicado pelos clientes, o banco espanhol ressalta que a decisão foi tomada devido às "circunstâncias excepcionais do caso" e por "razões exclusivamente comerciais, pelo interesse que tem em manter sua relação de negócio com seus clientes". Ou seja, nega qualquer responsabilidade no caso.

Sobre as ações judiciais, o banco disse que elas estão sendo avaliadas.

(Valor Online)

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