terça-feira, 9 de junho de 2009

Alento no imobiliário

Folha de São Paulo, Janela, 07/jun

São vários os sinais de que o segmento imobiliário está aquecendo sua atividade. Esta retomada não se dá nos níveis de crescimento chineses registrados antes do início da crise em setembro de 2008. No primeiro quadrimestre, na Região Metropolitana de São Paulo, as incorporadoras lançaram em média metade das unidades habitacionais em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume deve crescer com o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

Outra sinalização veio com o anúncio de que duas construtoras deverão realizar novas ofertas de ações. Outras poderão seguir o exemplo, retomando planos de captação congelados há 18 meses.

Mais um indicador positivo está na retomada gradual do emprego no setor. Nos primeiros quatro meses do ano a construção abriu 54.761 vagas, segundo levantamento do SindusCon-SP e da FGV Projetos.

Este desempenho ainda deriva basicamente de contratos assinados antes da crise e mostra uma recuperação parcial da queda ocorrida em novembro e dezembro.

Já a mesma confiança na recuperação do crescimento não está acontecendo com idêntica intensidade no segmento de obras públicas. O carro-chefe do governo federal neste setor, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ainda não deslanchou como se esperava.

Ao considerarmos as obras concluídas, o PAC recebeu desde seu início até dezembro de 2008 investimentos de R$ 48 bilhões, apenas 7% dos R$ 646 bilhões previstos para o programa. De janeiro a fim de maio de 2009, o governo federal havia empenhado só R$ 9,8 bilhões, 20% dos cerca de R$ 49 bilhões previstos para investimentos este ano. Aí está o resultado combinado de exigências burocráticas, controles excessivos e licenciamento ambiental demorado.

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