segunda-feira, 1 de junho de 2009

Projetos confirmados chegam a R$ 650 bilhões até 2012

Folha de São Paulo, 01/jun/09

A economia brasileira tem hoje um conjunto de investimentos avessos à turbulência econômica mundial. Trata-se de um bloco conciso de projetos "anticrise", de cerca de R$ 650 bilhões previsto para o período 2009-2012.

É o que aponta estudo sobre o panorama de investimentos divulgado pelo BNDES. Estes projetos estão concentrados nas áreas de petróleo e gás, energia elétrica, saneamento, telefonia, construção residencial e rodovias.

Segundo o banco, eles são hoje o esteio da economia brasileira, pois vão impedir que a taxa de investimentos do país desabe com a crise.

"Eles estão mantidos mesmo em meio à crise. São mais protegidos. Estão ligados à concorrência de mercado e ao desenvolvimento tecnológico brasileiro", dizem os economistas Fernando Puga e Gilberto Borça Junior, da área de pesquisa econômica do BNDES.

O BNDES obteve suas informações diretamente das empresas públicas e privadas responsáveis pelos investimentos.

Gás na economia

O setor de petróleo e gás é o que mais promete investir-um total de R$ 300 bilhões entre 2009 e 2012. Só a Petrobras, com seu novo plano de negócios, divulgado em janeiro, responderá por 75% dos investimentos no setor.

Em telecomunicações, haveria projetos "irreversíveis" na terceira geração de telefonia móvel (3G), em infraestrutura óptica na telefonia fixa e na utilização do Wimax, sistema que oferece banda larga à distância.

Os investimentos garantidos pelo setor de telecomunicações entre 2009 e 2012 devem atingir R$ 78 bilhões. Eles não foram afetados pela crise, informa o BNDES.

Em setores como energia elétrica, transportes rodoviários, logística e saneamento, a projeção de investimentos está ancorada em contratos com o governo-leilões de energia elétrica e concessões de rodovias.

Energia elétrica destaca-se, com programas de investimento de R$ 141 bilhões no período. Dentro desse valor estão os projetos hidrelétricos Madeira, Belo Monte, Estreito e Foz do Chapecó. O investimento nestas hidrelétricas começará a ser feito até o final de 2009.

Investimentos em termelétricas deverão atingir R$ 10 bilhões já neste ano. Pequenas centrais hidrelétricas deverão atrair R$ 5 bilhões em 2009.

Na construção civil, o dinheiro virá essencialmente de medidas do governo de estímulo à construção de casas populares -entre elas, o programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida, que pretende viabilizar a construção de um milhão de moradias.

"Esse programa deve impactar os investimentos do setor ainda em 2009, embora seus efeitos sejam maiores em 2010 e 2011", diz o estudo do BNDES.

O expressivo número de lançamentos de imóveis pelas construtoras nos últimos anos também deverá garantir essa expansão dos investimentos, diz o estudo do BNDES.

Os projetos no setor de construção civil deverão compensar uma forte retração nos investimentos familiares na construção e reforma de casas.

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