segunda-feira, 22 de junho de 2009

Materiais de construção têm aumento nas vendas

Jornal do Commercio, 22/jun

As vendas de materiais de construção no País cresceram em maio pela primeira vez no ano em relação ao mês anterior. Segundo dados divulgados sexta-feira pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), o comércio desses insumos cresceu 5,4% de abril para maio, reduzindo a queda acumulada do faturamento do setor nos primeiros cinco meses do ano para 16,1%, ante o mesmo período de 2008. O setor vinha registrando baixa desde novembro, mas a Abramat afirma que o cenário é animador em relação aos próximos meses e tem expectativa de crescimento de 3% nas vendas deste ano.

Apesar disso, a entidade informa que o faturamento total deflacionado das vendas de materiais de construção no mercado interno caiu 15,05% em maio na comparação com igual mês de 2008. A associação ressaltou que em maio de 2008 as vendas apresentavam "acelerado ritmo de crescimento", que foi interrompido em outubro pela crise econômica.

Além de um aumento sazonal no segundo semestre, o setor conta com os estímulos criados pelo governo federal, com a desoneração de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos materiais de construção e o programa Minha Casa, Minha Vida para elevar a receita na segunda metade do ano. "Esperamos que nos próximos dias já se tenha a ampliação do prazo de vigência do IPI reduzido para materiais, mantendo o estímulo ao consumo de materiais, e aumentando a demanda já em junho" , disse Melvyn Fox, presidente da Abramat.

"Com os resultados, a previsão da Abramat para o desempenho para a indústria de materiais de construção em 2009 continua sendo de crescimento de 3% em relação a 2008, pois há expectativa de que o segundo semestre deste ano apresente resultados bem superiores aos registrados até o mês de maio", informou a associação.

Nos últimos 12 meses até maio, conforme a Abramat, houve crescimento de 0,78% das vendas de materiais de construção. Fox acredita que a ampliação do prazo de vigência do IPI reduzido para materiais, manteve o estímulo ao consumo de materiais e aumentou a demanda por eles já em junho. Ele esteve na quarta-feira em Brasília na reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC), quando apresentou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, estudos feitos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com os principais efeitos da desoneração do setor.

Desoneração. A associação reivindica que o benefício, com duração prevista de três meses, que se encerram no fim de junho, seja estendido até o fim de 2010. Além disso, quer que outros 15 itens sejam incluídos na lista de beneficiados, como os pisos laminados, vidros e telhas arredondadas. Outra reivindicação da Abramat é que o governo conceda redução de 50% nas alíquotas de ICMS incidentes sobre todos os materiais de construção e de 100% nas de PIS/Cofins. A entidade acredita que tais medidas resultariam em redução de preços dos produtos do setor, sendo que, só com a desoneração de PIS/Cofins, uma casa de R$50 mil ficaria R$1 mil mais barata.

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